terça-feira, outubro 31, 2006

 

Chega de sanduíche


Agora que estou morando longe da empresa e não sei como ir de ônibus pra lá, não tive escolha: fui de táxi. O custo mínimo de uma corrida em Dundalk é €6,00 – ou seja, é mais caro do que ir de ônibus pra Dublin!
Na volta peguei uma carona com a Eliane até próximo do centro.
Agora que tenho um lar, fui ao supermercado para fazer a primeira compra de mantimentos em Dundalk – fiz questão de passar longe da seção de sanduíches prontos, a mais freqüentada na última semana.

segunda-feira, outubro 30, 2006

 

Festa de Halloween


Ontem, depois minha nova morada estava definida, peguei um ônibus pra Dublin. Precisava pegar minhas coisas que ainda estavam lá e, além disso, meus ex-companheiros de apartamento organizaram uma festa do dia das bruxas para ontem à noite.
Fui com um ônibus de linha da Buseireann, uma das duas empresas que fazem o trajeto Dundalk – Dublin. São uma hora e trinta minutos de viagem, incluindo umas cinco ou seis paradas pelo caminho, sendo as principais em Drogheda e no aeroporto de Dublin. A viagem de ônibus é menos confortável e mais lenta que a de trem, mas é mais barata. O preço normal é €7,00, mas alguns horários têm preço promocional de €5,00.
Cheguei no antigo apartamento quando a festa estava começando. O Luciano caprichou na decoração! A sala estava quase vazia e as paredes e o teto repletos de teias de aranha, cartazes, bexigas e aranhas. No chão haviam pequenas figuras como confetes, mas feitos de plástico e com formatos de caveira, abóbora ou aranha.
Convidei o Fábio, mas ele não pode ir. A festa foi bacana! Boa parte das pessoas estava fantasiada. Minha fantasia foi um tapa olho preto, que eu mesmo improvisei, e um lenço vermelho amarrado na cabeça, além da roupa preta – alguém aí saberia dizer do que eu estava vestido? Revi algumas pessoas da escola e falei com outras que ainda não conhecia, inclusive o Daniel, um jornalista curitibano que estudou em Ponta Grossa.
Depois que a festa acabou puxei o colchão de visitas para a sala para dormir no meio dos “confetes”. Quando acordei quis dar uma mão na limpeza, já que não havia contribuído com a organização. Vocês não imaginam o trabalho que deu pra desgrudar aquelas aranhazinhas de plástico do tapete! Fiquei umas três horas pra passar o aspirador no apartamento...
A essa altura alguns já devem estar se perguntando o que eu estava fazendo em Dublin na segunda-feira. Pois eu explico: hoje foi feriado na Irlanda. Se já estivesse trabalhando normalmente teria que trabalhar, pois não é feriado em Portugal. Porém, como meus treinadores não iriam trabalhar, também não precisei ir.
No final da tarde contei com ajuda do Luciano para carregar as malas em boa parte do caminho, pois ele estava indo para o centro. Peguei o ônibus de volta pra Dundalk e, agora com todos os meus pertences, pude fazer uma limpeza no quarto e organizar tudo. Na verdade nem tudo veio de Dublin. Adivinhem o que deixei lá: as brilhantes botas de segurança.
Para saber mais sobre a Buseireann: http://www.buseireann.ie/

domingo, outubro 29, 2006

 

Loteria


Será que existem malas com prateleiras? Assim não precisaria desfazê-las entre uma mudança e outra... Se bem que conheço algumas pessoas que costumam fazer isso, né Pesco?
Peguei um táxi e tomei o rumo do quarto que ainda não tinha visto. Fica no terceiro andar. Na verdade é como um sótão, pois uma das paredes é inclinada e a janela fica nessa parede – assim como no quarto que fiquei na casa da Ilona. O espaço não é ruim, tem um guarda-roupa, uma cômoda e um criado-mudo. Lembrei agora que alguns brasileiros chamam criado-mudo de bidê, inclusive eu. No mesmo andar, ou seja, no sótão, também tem um banheiro, cujo chuveiro tem aquecimento independente do sistema de aquecimento da casa. Como a casa tem outros dois quartos e dois banheiros, pode-se dizer que cada quarto tem um banheiro. Outro aspecto que considero vantagem é que o contrato de aluguel acabará em dezembro, quando poderei procurar outro lugar com mais tranqüilidade (Nessa hora alguns de vocês podem se perguntar: Ainda mais?) e conhecendo melhor a cidade.
Colocando todas as opções na balança, embora os moradores não terem parecido muito organizados, fiquei com o quarto.
Deixei as malas lá e, só para tirar a dúvida, fui ver mais uma opção, num prédio construído para abrigar estudantes. Como num pensionato, mas com mais independência, os apartamentos têm dois quartos, ambos com seu próprio banheiro, e cozinha e sala conjugados, como numa quitinete. O quarto não tem cômoda, mas tem prateleiras, escrivaninhas e cadeiras, além de guarda-roupas. A energia elétrica é comprada antecipadamente através de cartões, que são colocados no leitor de consumo. Interessante, mas realmente vou ficar com o quarto onde minhas coisas já estão. Na verdade essa foi a última opção, pois liguei e, quando houve interesse, visitei todos os anúncios dos dois jornais locais e do Daft – aproximadamente 30.

sábado, outubro 28, 2006

 

Indefinição


Visitei dois quartos ruins hoje, mas muito interessantes. Um deles fica numa casa que já foi um Bed and Breakfast, mas agora o proprietário aluga os quartos, que têm banheiro e, alguns, balcão pra montar uma pequena cozinha, como numa quitinete. Contudo, está mal cuidado - papéis de parede descolando, janelas quebradas, colchões velhos e ainda por cima é caro. O outro fica numa casa centenária! Quando entrei no quarto tive a sensação de estar participando de um filme de época. Todos os móveis são antigos, grandes, feitos com madeira escura e entalhada. A grande lareira a lenha, ainda em funcionamento, não deixa dúvidas sobre a idade da casa, sem contar as molduras dos quadros e das janelas. O que estraga é que o resto da casa é tão antigo quanto o quarto. Na cozinha o fogão a lenha parece ter sido feito numa ferraria. Tem outro fogão que deve ser a gás, mas dá medo de acendê-lo. A pior parte está nos banheiros. Dois com pia e vaso e somente um, separado, apenas com chuveiro (na verdade uma banheira). Todos sujos e cheirando mal.
O melhor quarto que eu visitei fica numa casa alugada pela própria empresa, junto com outras oito casas, para os funcionários temporários contratados para o período de vendas para o Natal. Todas as casas são novas e iguais. Mas, não é gratuito - a empresa desconta o aluguel do salário dos funcionários. Um italiano, o Matteo, está mudando para outro lugar. O quarto dele é grande e tem banheiro, ou seja, é uma suíte. Porém, um alemão, o Bas, que mora na mesma casa ficará com o quarto. Sendo assim, hoje fui novamente até a casa para ver o outro quarto. Embora o Bas tenha me dado a chave reserva para eu poder mudar amanhã pela manhã, quando ninguém estará em casa, não quis mostrar o quarto porque estava bagunçado – não gostei dessa atitude.
Embora nenhuma das opções seja perfeita, preciso escolher. Hoje pela manhã a Maisie, dona do Rosemount Bed and Breakfast, já me alertou que não terá quartos disponíveis. Segundo ela, um grande grupo de espanhóis reservou os quartos há dois meses. Para não me deixar sem opção, deu-me o endereço de outro Bed and Breakfast, que pertence à filha dela. Sendo assim, decidi que amanhã irei com mala e cuia para o quarto do Bas. Se não for bom, vou para um outro Bed and Breakfast que conheci no centro – mais barato.
Durante as andanças de hoje perdi dois mapas, um que peguei no centro de informações turísticas de Dundalk e outro que recebi da empresa, com os nomes dos bairros. Ambos são bem simplificados e o outro que tenho, comprado em Dublin, é bem melhor. Entretanto havia feito anotações nos outros e elas vão fazer falta... Fazer o quê? Anotar novamente...

sexta-feira, outubro 27, 2006

 

Ainda não tenho casa


Mais cinco visitas, mas ainda não encontrei o conjunto perfeito. Não tenho idéia de quantos quilômetros andei hoje, mas estou conhecendo boa parte da cidade com toda essa andança. Meu pé esquerdo já não sabe mais como doer e comecei a ter câimbras na panturrilha esquerda. Se o Michael, ocupante da última casa visitada, não tivesse me levado para o B&B, teria pegado um táxi.
A parte engraçada é quando falo com as pessoas por telefone na rua. Como se não bastasse a dificuldade na comunicação em inglês por telefone, o barulho dos carros faz dessa simples etapa um grande obstáculo. Ainda bem que as pessoas têm interesse e, conseqüentemente, paciência, pois aqui a oferta de quartos parece ser maior que a procura, o oposto do que acontece em Dublin.Amanhã farei mais algumas visitas...

quinta-feira, outubro 26, 2006

 

Spirit Store


Mais um dia de treinamento – muita informação! Embora esteja recebendo treinamento somente em inglês, não estou tendo muitas dificuldades para entender. Acho que meus ouvidos já estão afiados agora. A maioria dos treinadores procura falar pausadamente e tive a sorte de ser o único a ser treinado nesta semana, então as atenções são todas para mim. Mas, na hora de falar, percebo uma certa impaciência nos ouvintes – por que será?
Falei português pessoalmente com alguém pela primeira vez desde cheguei em Dundalk. Não, ainda não liguei pra Portugal. Apenas conheci a equipe do Customer Service que faz o atendimento para o mercado de Portugal, que é formada por duas portuguesas e uma brasileira. Não trabalharei diretamente com elas, pois serei o único a trabalhar em televendas para Portugal, no andar de cima, mas provavelmente conversaremos para resolver algum eventual problema (espero que sejam raros).
Almocei junto com a brasileira que acabara de conhecer. Seu nome é Eliane e está na Irlanda desde 2002. Está trabalhando na National Pen temporariamente – começou em setembro e sairá em dezembro. Ela é casada com um Nigeriano e está grávida pela terceira vez aqui – corajosa!
Depois do trabalho fui direto para as visitas agendadas ontem. Visitei quatro lugares diferentes, mas nenhum reúne todas as características que gostaria de encontrar, incluindo preço. Duas pessoas foram ao meu encontro na rua para me levar até a casa, de carro.
Na última visita conheci o Brendan, pai da dona da casa. Além de ter ido ao meu encontro, convidou-me para ir ao Pub mais tradicional da cidade, o Spirit Store. Um bar antigo, em uma casa mais antiga, em uma das regiões mais antigas da cidade, nas docas do porto. Apesar disso, tem vários ambientes bem decorados e parece ser bem freqüentado.
Tomamos um copo de cerveja enquanto ele contava que trabalha no Dundalk Institute of Technology, no Departamento de Educação Física, pois tem formação nessa área. Também contei um pouco da minha história e que a Pati também é formada em Educação Física. Ele falou pra procurá-lo quando ela chegar... Olha aí Pati, talvez ele consiga um emprego pra você rapidinho! Depois me levou de volta para o B&B.
Para saber mais sobre o Spirit Store: http://www.spiritstore.ie/

quarta-feira, outubro 25, 2006

 

Chuva, muita chuva!


Pedi para uma moça que iria almoçar em casa para comprar o jornal de hoje pra mim. Logo que ela entregou-me a encomenda pude encontrar algumas ofertas interessantes, mas só poderia fazer as ligações depois que saísse da empresa...
Mas, na hora de ir embora, posso dizer que peguei minha primeira grande chuva na Irlanda. Caminhei durante uns quinze minutos entre a empresa e o Rosemount Bed & Breakfast abaixo de muita chuva! Quando cheguei em casa até minha cueca estava molhada, como se eu tivesse pulado de roupa e tudo na piscina. Até o dicionário, que estava dentro da mochila, se afogou. Acho que vou ter que comprar um a prova d’água...Desisti da idéia de tentar ver algum quarto esta noite, pois a chuva continuou... Fiz algumas ligações e percebi que não seria fácil, pois nem todos aceitavam casais para ocupar o quarto de casal disponível. Estavam procurando apenas uma pessoa – estranho, não? Marquei algumas visitas para amanhã – tomara que não esteja chovendo

terça-feira, outubro 24, 2006

 

Café da manhã irlandês


Esqueci de contar ontem, mas experimentei pela primeira vez o café da manhã típico da Irlanda: dois bifes de bacon, um ovo meio cru, duas salsichas típicas (como lingüiças, mas brancas e macias), uma rodela de outro tipo de salsicha (parecido com paio) e um pedaço de algo que parece com polenta – tudo frito. Muita comida para um café da manhã! E muita gordura também! Além disso, algumas fatias do tradicional pão irlandês (parecido com uma broa integral, mas menor) e, é claro, algumas fatias de pão torradas. Embora não esteja acostumado com tanta comida pela manhã, é muito bom!
No trabalho o treinamento de hoje foi mais prático. Fui apresentado aos vários tipos de produtos vendidos, bem como fiquei sabendo que preciso decorar todos os nomes e possibilidades de personalização... Soube também que o nome correto da treinadora de hoje é Marie e o da minha chefe é Virginie.
Já à noite fui à biblioteca. Assim como em Dublin, também poderei usar a internet de graça uma hora por dia, bem como emprestar livros, CDs e DVDs. Mas não agora, pois precisarei de um comprovante de residência, como uma conta em meu nome. Isso é diferente de Dublin, onde bastou uma carta da escola com meu endereço. Vou tentar mudar meu endereço da conta bancária, pois não sei quando terei outra correspondência oficial pra minha casa, que ainda não tenho.Por falar em casa, toda quarta-feira os jornais locais emitem edições especiais com anúncios. Então amanhã será o dia!

segunda-feira, outubro 23, 2006

 

Primeiro dia de trabalho em Dundalk


Às 9:50 horas um táxi buscou-me no B&B e levou-me para a National Pen. Fui recebido pela Catríona do RH, que apresentou a empresa, falou sobre as regras, apresentou algumas pessoas, pediu para preencher alguns formulários e entregar amanhã e levou-me na cantina para conhecer. Na cantina, durante o horário do almoço, falei com a Marian, que será minha treinadora amanhã à tarde, e a minha chefe, de quem não lembro o nome, enquanto comia algumas bolachas oferecidas pela empresa no primeiro dia de trabalho dos funcionários. Assim como na maioria das empresas aqui na Irlanda, a National Pen não fornece comida para os funcionários. Pode-se levar de casa ou fazer um pedido para duas possibilidades de restaurantes. Após isso a recepcionista chamou um táxi pra me levar de volta para o B&B.
Troquei de roupa, peguei a mochila e tomei o rumo do centro. Conheci algumas das principais ruas da cidade e as quatro possibilidades de acesso à internet – todas muito caras. A mais barata custa €2,00 a hora. Amanhã vou à biblioteca, que hoje estava fechada, para tentar acessar a internet lá.
A cidade é bem cuidada! Existem muitas casas grandes, com belos jardins, diferente do padrão Georgiano de Dublin. Agora preciso ir, pois a Lan House vai fechar...

domingo, outubro 22, 2006

 

Adeus Dublin


Chegou o dia da partida de Dublin. Estou quase tão apreensivo quanto estava no dia da partida do Brasil. Estou deixando algumas pendências aqui. Por exemplo, ainda não conseguimos confirmar a pessoa que vai ficar no meu lugar. Com a ajuda do Luciano, da Gisele e da Liane, espero resolver isso durante a próxima semana...
Despedi-me da Gisele logo cedo, quando ela foi trabalhar. O Luciano foi mais tarde, quando também me despedi dele. A convivência com ele foi um dos grandes acontecimentos dos últimos quase três meses. Desde que nos conhecemos no aeroporto de Amsterdã passamos por muitos desafios juntos, apoiamo-nos mutuamente. Assim como ele falou, também posso dizer que ele é meu irmão na Irlanda. Agora nossos caminhos se separam, mas um grande marco já está feito e a amizade continuará...
O Luciano tinha umas roupas para lavar, então coloquei-as para lavar e secar nas máquinas para retribuir o mesmo favor que ele havia feito algumas semanas atrás enquanto arrumava minhas malas.
Marquei mais algumas visitas para hoje a noite, quando a Gisele e o Luciano já estarão de volta do trabalho.Agora tenho que ir... Ainda não decidi se vou de ônibus ou trem... Vou terminar de arrumar as malas e ver qual será o melhor horário...

 

Olá Dundalk


O trem tinha o melhor horário, pois saiu às 18:30 horas, meia hora mais tarde do que as duas opções para viajar de ônibus. E ainda assim tive que pegar um táxi para chegar à estação a tempo. Melhor assim, pois não precisei passar mais uma vez pela experiência de carregar as malas pelo centro de Dublin. Ainda assim deixei metade das minhas coisas em Dublin, inclusive o travesseiro e o edredom. E as brilhantes botas! Esqueci de contar, mas a Federal Security não quis ficar com as botas de segurança. Na hora que me falaram para ficar com elas não sabia se ficava feliz ou triste, pois seria um peso a mais na bagagem. Tratam-se de ótimas botas, resistentes, razoavelmente confortáveis (se não precisar andar quilômetros com elas), a prova d’água e com biqueiras de aço! Mas, são muito pesadas quando não estão nos pés!
Comprei a passagem na própria estação, pouco antes do embarque. Ainda deu tempo de carregar meu celular antes de partir...
A viagem dura 55 minutos, mas passa muito rápido! O trem para em apenas uma estação antes de chegar em Dundalk, em Drogheda. Pode-se dizer que é como sair de Curitiba em direção a Palmeira com uma parada em São Luiz do Purunã, embora Drogheda seja maior.
Desta vez não tinha hora para chegar e pude chamar e aguardar pelo táxi indicado pela empresa. O bom disso é que não precisei pagar por ele.
Tive uma boa surpresa quando cheguei ao Rosemont Bed & Breakfast, onde ficarei esta semana por conta da empresa. Estou sozinho numa pequena suíte de casal, muito aconchegante! Pra quem achou que iria dividir o quarto como no albergue, está perfeito!
Andei pela avenida onde fica o B&B para reconhecer o local e encontrá-lo no mapa. Comprei um sanduíche pra janta.
Para saber mais sobre o Rosemont Bed & Breakfast: http://www.rosemountireland.com/

sábado, outubro 21, 2006

 

Arroz de forno


A Liane saiu logo cedo e foi para uma cidadezinha do interior no litoral noroeste com uma excursão da escola – ficara lá até amanhã.
O Luciano começou a trabalhar hoje na mesma casa de sucos que a Gisele trabalha. No próximo mês ele trabalhará lá aos sábados e domingos. Ou seja, não terá nenhum dia de folga na semana.
Acordei para tomar um café e pedir novamente o computador emprestado da Gisele para providenciar mais visitas das interessadas em ficar no meu lugar. Dormi novamente e acordei às duas horas da tarde.
Fiquei em casa tentando agendar mais visitas e buscando informações sobre Dundalk na internet. Apenas duas brasileiras apareceram, mas também iriam ver outros apartamentos.À noite o Luciano fez um arroz de forno, sua especialidade, e tivemos nossa última janta juntos – só faltou a Liane. Estava muito bom!

sexta-feira, outubro 20, 2006

 

Despedida em Dublin


Despedi-me das poucas pessoas com as quais tive algum contato na maternidade e fiquei com o telefone do Gyorgy, segurança tcheco com o qual mais conversei durante as trocas de turno pela manhã.
Fui direto pra casa, pois precisava lavar, secar e passar meu uniforme para devolvê-lo ainda hoje. Senão, teria que vir para Dublin durante a próxima semana só para fazer isso, pois só depois de devolver o uniforme receberei meu acerto final da Federal Security.
Como nem sempre os planos dão certo, as duas máquinas de lavar estavam sendo usadas. Recorri às vizinhas de baixo, que têm máquina no apartamento. A Fernanda bondosamente permitiu que eu lavasse minha roupa lá. Só que todas saíram de casa e não pude retirar as roupas de lá até 12:30h. Para lavar a segunda remessa usei a lavanderia do prédio, pois já havia uma máquina disponível. Também usei as duas secadoras em seguida. O pior foi passar. Levei uma hora para passar três camisas e duas calças! Quase não consegui chegar na Federal Security a tempo – tive que pegar um táxi.
Gostaria de dormir um pouco, mas não pude. Ontem e hoje agendei visitas com algumas meninas interessadas em ocupar o meu lugar no apartamento. Então algumas vieram entre as seis e oito horas da noite, mas todas ainda iriam visitar outros lugares...
Ah, recebi mais informações sobre meu novo emprego – agora estou mais tranqüilo...
Às oito horas fui para o Russells Pub, onde combinei com o Andrei de reunirmos o pessoal para comemorarmos o aniversário dele, que foi ontem, e fazer a minha despedida de Dublin. Foi muito bom! Boa parte dos alunos da escola compareceu, assim como alguns professores, o Fernando (iratiense), com seus amigos Adriano e Pedro, e a Laure (francesa). Meu último professor, o Daniel, depois de beber uns copos de cerveja, falou que não moraria em Dundalk, pois não tem nada pra fazer lá. Hehe... Espero que ele esteja errado...Depois de umas trinta horas acordado, fui dormir às duas da manhã.

quinta-feira, outubro 19, 2006

 

Última noite de trabalho


Fui novamente à imigração para tentar tirar algumas dúvidas sobre a legalização da Pati quando ela chegar aqui, mas ninguém pode ajudar no nosso caso. Apenas deram-me um número de telefone através do qual poderei tirar minhas dúvidas, segundo eles. Depois fui a um dos centros de informações turísticas de Dublin logo que saí do trabalho para procurar informações sobre Dundalk. Não encontrei muita coisa, mas comprei um mapa de Dundalk. Paguei caro (€11,99), pois trata-se de um guia com mapas de outras cidades da região de Dundalk. Não havia nenhum mapa só de Dundalk.
Passei na Lan House para mandar um e-mail para a Manpower, pois ainda não recebi nenhuma informação adicional sobre meu novo emprego, como o nome do Beb & Breakfast onde vou ficar hospedado nos primeiros dias ou com quem devo falar quando chegar na National Pen.
Antes de ir pra casa também passei no supermercado para fazer, provavelmente, a última compra desse tipo em Dublin.
Ao chegar em casa fiquei decepcionado, pois não consegui encontrar o endereço da empresa no mapa que acabara de comprar... Acho que vou precisar procurar outro mapa quando chegar lá...
Consegui dormir um pouco mais que nos outros dias (umas quatro horas) e acordei bem-disposto para encarar minha última noite de trabalho.
Para ver informações turísticas sobre a Irlanda: http://www.ireland.ie/
Para ver mais informações turísticas sobre a Irlanda: http://www.irishtourist.com/
Para ver informações turísticas sobre Dublin: http://www.visitdublin.com/
Para ver mais informações turísticas sobre a Dublin: http://www.irishtourist.com/

quarta-feira, outubro 18, 2006

 

Quebradeira


Depois de uma noite de trabalho fui rápido pra casa pra fazer umas fotos. Ontem combinei com a Liane e com o Luciano de fazermos uma foto nossa vestindo nossos respectivos uniformes. Fizemos uma foto nossa e algumas individuais. Logo que as baixarmos no computador colocarei nesta postagem...
Como de costume tomei meu café da manhã (cereais com frutas) e fui dormir, quando já eram quase onze horas da manhã. Uma hora depois fui acordado com uma barulheira vinda do quarto das meninas. Levantei e fui até lá assustado. Eram dois pedreiros, tentando descobrir a fonte da goteira do apartamento de baixo. Há alguns dias atrás um deles esteve aqui, mas a goteira não estava ativa e ele ficou de voltar outro dia. Não poderia ter voltado em pior hora. A essa altura vocês devem estar se perguntando como eles entraram no apartamento. Pasmem, eles têm a chave de todos os apartamentos daqui. Achei melhor acompanhar mais de perto o trabalho deles e, como não conseguiria dormir mesmo, comecei a usar o computador da Gisele, o qual havia pedido emprestado para usar mais tarde. Desta maneira, enquanto ouço o quarto sendo demolido, estou atualizando o blog...
Não foi exagero! O quarto realmente ficou inutilizável! Aqui no prédio o piso é de madeira e eles arrancaram metade da parte superior. Também fizeram um buraco, provavelmente sem querer, no teto do apartamento de baixo. Pude inclusive conversar e ver a Camila por ali. A estrutura de vigas de madeira ficou exposta. Descobriram que o vazamento de água vem da calefação, o que já era de se esperar. Porém nenhum dos dois está habilitado para fazer o conserto. Agora precisaremos aguardar a vinda do encanador e depois aguardar o retorno dos pedreiros para podermos usar o quarto novamente. E isso justamente quando receberemos as interessadas em morar no apartamento...
Agora que eles foram embora vou tentar dormir novamente...

terça-feira, outubro 17, 2006

 

Anúncio Daft


Ontem fiz alguns pedidos de ajuda por e-mail, solicitando materiais ou sites para tentar melhorar minhas técnicas de vendas. Hoje fiquei muito feliz com as respostas! Fiquei até emocionado! Isso porque recebi muitas respostas com dicas valiosas e, ainda mais importante, com várias manifestações de apoio! Muito obrigado a todos pela atenção, pela torcida e pelo carinho! Aproveitando a deixa, vou deixar aqui também o pedido: se alguém possuir, ou souber um site que possui, algum material sobre vendas, principalmente sobre tele vendas no mercado corporativo, por favor envie para o meu e-mail.
Tentei dormir à tarde para adiantar o sono, mas não consegui fazê-lo mais do que uma horinha. Creio que estou com ansiedade. A mudança que se aproxima, a necessidade de encontrar um substituto para ocupar minha vaga no apartamento e o desafio do novo trabalho estão literalmente tirando meu sono. Principalmente durante o dia!Ontem à noite eu e o Luciano havíamos feito o anúncio da minha vaga no apartamento no Daft, usando o computador da Gisele. Logo depois que fomos dormir o Luciano manifestou a intenção de deixar o apartamento também... Segundo ele a minha decisão pela mudança fez com que ele também quisesse sair da zona de conforto e correr atrás de um lar compartilhado apenas com homens, preferencialmente estrangeiros, onde os fatores liberdade e oportunidade de praticar inglês sairão ganhando. Então hoje à noite, quando eu já estava trabalhando, ele falou com as meninas sobre o assunto. Agora o quarto inteiro está disponível, mas desta vez só para mulheres. Eles enviaram respostas aos e-mails que já havíamos recebido dos interessados avisando que os planos mudaram e alteraram o anúncio. Se quiserem dar uma olhada, ele ficará disponível até preenchermos as duas vagas: http://www.daft.ie/searchsharing.daft?search=1&s[cc_id]=ct1&s[a_id]=276&s[mnp]=&s[mxp]=&s[room_type]=either&s[search_type]=sharing&s[refreshmap]=1&limit=10&search_type=sharing&id=343104.

segunda-feira, outubro 16, 2006

 

De volta à ativa


Desculpem-me pela ausência! Nos últimos dias acessei a internet apenas para ver e responder e-mails (e falar com a Pati, é claro). Estava um pouco cansado e um tanto sem dinheiro... Então, depois de duas semanas sem dar notícias por aqui, tentarei colocar o blog em dia. Começarei por onde parei, dia 30 de setembro.

domingo, outubro 15, 2006

 

Dunnes


Fui à igreja St. Mary's, próxima ao apartamento. Em seguida fui a uma loja do Dunnes, uma rede de supermercados e lojas de departamentos que ainda não tinha experimentado, perto de casa também. É um pouco mais desorganizado que o Tesco e os preços são parecidos. Alguns produtos são mais caros, outros mais baratos.
Ao chegar em casa fiz almoço e comi sozinho, pois as meninas estavam trabalhando e o Luciano foi passar o final de semana numa cidadezinha no litoral oeste com a chefe dele. Emprestei o computador da Gisele e digitei algumas postagens relativas aos dias atrasados no blog, mas não publiquei nada.
À noite passei o aspirador no apartamento, pois era minha vez.
Para saber mais sobre o Dunnes: http://www.dunnesstores.com/

sábado, outubro 14, 2006

 

Hibernei


Acordei as oito da manhã. Ou seja, dormi dezesseis horas seguidas!
Lavei roupa na lavanderia do condomínio pela manhã. À tarde acessei a internet para procurar mais informações sobre Dundalk.
À noite a Gisele, a Liane e a Camila foram para um Pub. Não quis sair – fiquei em casa.

sexta-feira, outubro 13, 2006

 

National Pen Ltd


Pensei muito sobre o novo emprego. Comparei as vantagens de desvantagens e falei com algumas pessoas chave para discutir a questão. Aceitar esse emprego envolve mais um recomeço: em uma cidade nova, onde (a princípio) não conheço nada nem ninguém, a busca por um lugar pra morar, ... Sem contar que vou abrir mão de morar em Dublin, a capital social, política, econômica e cultural do país, onde quase tudo está ao alcance das pernas. As vantagens estão em trabalhar numa função melhor, com um salário melhor (se consideradas as comissões), em uma empresa multinacional e numa cidade do interior, onde o custo de vida tende a ser menor e a qualidade de vida melhor.
National Pen Limited é o nome da empresa para a qual vou trabalhar a partir do dia 23 de outubro, em tele vendas, atendendo o mercado de Portugal. Trata-se de uma empresa norte-americana especializada em produtos promocionais. A empresa personaliza uma grande variedade de objetos (principalmente canetas) com a logomarca de empresas que desejam presentear seus clientes. A planta na qual vou trabalhar atende a quase toda a Europa e alguns países da Ásia.
Fui à Manpower logo depois do trabalho e aceitei o emprego. Em seguida fui à Federal Security e pedi demissão. Ainda vou precisar trabalhar na próxima semana para cumprir o período de aviso prévio que está no contrato, mas disso eu já sabia.
Passei na imigração para pegar informações sobre como legalizar a Pati quando ela vier, mas as senhas para hoje já estavam esgotadas. Em seguida fui ao Tax Office para saber porque a Taxa de Emergência ainda está sendo cobrada no meu holerite. Não entendi o motivo, mas, segundo eles, até aproxima semana tudo estará resolvido. Como estou mudando de empresa, provavelmente só conseguirei pegar de volta o que já paguei a mais pela outra empresa.
Depois de almoçar, fui dormir as quatro da tarde e não acordei mais...
Para saber mais sobre a National Pen Ltd: http://www.penseurope.com/

quinta-feira, outubro 12, 2006

 

Ai meu pé


Fui no mercado depois do trabalho, antes de ir pra casa. Não fica longe de casa, mas hoje parecia estar a quilômetros de distância. Mesmo usando as botas, estou andando demais durante a noite. E nos últimos dias também andei bastante durante o dia. Meu pé esquerdo já não fica sem doer – já acordo sentindo desconforto ao andar. Espero que melhore no final de semana, já que estarei de folga...
Consegui falar com minhas referências e descobri que uma delas está em férias. Avisei a Karolina imediatamente, passando outros nomes na mesma empresa.
No final da tarde a Karolina ligou pra dizer que fui escolhido pra trabalhar em Dundalk! Fiquei feliz e triste ao mesmo tempo, pois terei que morar lá. Antes de ir fazer a entrevista lá, pensava que seria possível continuar morando em Dublin, mas não é. Marquei de falar pessoalmente com ela amanhã depois do meu trabalho para esclarecer algumas dúvidas e confirmar que vou aceitar o emprego.
Ah! Hoje é feriado no Brasil! Provavelmente amanhã também será para a maioria... Aproveitem! E feliz dia das crianças!

quarta-feira, outubro 11, 2006

 

Perto do fim


Logo depois do trabalho, quando ainda estava indo pra pela manhã, recebi outra ligação da Karolina pedindo algumas referências profissionais. Não estava longe da Manpower e fui até lá pra passar pessoalmente. Fui pra casa e comecei a tentar falar com as referências que passei, pra não ter erro. Tentei o dia todo, mas não consegui falar com todos. Dormi um pouco entre uma tentativa e outra, mas estava muito preocupado. Se nem eu estava conseguindo falar com minhas referências, imaginem eles...
Bom, a essa altura não tinha muito mais o que fazer e fui trabalhar. Percebi que existe um certo acordo informal entre os seguranças, segundo o qual todos chegam quinze minutos adiantado para permitir que a pessoa que está deixando o posto possa ir embora mais cedo. No final das contas o tempo trabalhado por cada um é o mesmo...
Mudando de assunto, e já que estou escrevendo com atraso, poderei falar sobre um aperto que passei. Hoje recebi o cartão do banco pelo correio. A senha deveria ter chegado alguns dias antes, mas, apesar de ter vindo em outro envelope, chegou junto. Que alívio! Usei praticamente todo o dinheiro que trouxe do Brasil. Mais um pouco e minha conta bancária brasileira ficaria no vermelho. Esse emprego de segurança veio em boa hora!

terça-feira, outubro 10, 2006

 

Perdi o trem


Esqueci de um pequeno detalhe quando planejei meu dia: precisaria passar a roupa que vestiria, pois foi lavada no último final de semana. Como a prática é meu forte quando o assunto é passar roupa, isso comprometeu consideravelmente meu planejamento para chegar na estação ferroviária central, onde embarcaria no trem para Dundalk. Saí de casa com quinze minutos para chegar na estação. Entrei no primeiro táxi que vi na rua e perguntei se seria possível chegar na estação Connolly. O taxista falou que não. Ou seja, perdi o trem.
Nesse momento lembrei que poderia comprar outra passagem e ir com próximo trem. Chegaria uns quinze minutos atrasado na entrevista, mas o que mais poderia fazer a essa altura... Já que não estava mais com pressa, saí do táxi e fui pro centro com o Luas, como de costume. Ao chegar na estação Connolly fui pedir informação sobre a possibilidade de comprar uma nova passagem para o próximo trem e fui informado que poderia usar a mesma – menos mal!
No momento de embarcar perguntei em qual vagão estaria a poltrona que reservei (60D). O funcionário da empresa ferroviária disse-me que eu não precisaria me preocupar com isso porque o trem estava quase vazio, mas indicou-me o caminho. A viagem durou 55 minutos. Peguei o táxi da vez (não daria tempo de ligar para o número indicado pela Karolina e aguardar a chegada do taxista) e cheguei quinze minutos atrasado, como previsto.
Expliquei o atraso dizendo que havia trabalhado na noite anterior e o tempo não foi suficiente para passar em casa e chegar no horário marcado...
Duas moças me entrevistaram, mas não entendi o nome de nenhuma delas... A entrevista foi um pouco tensa, pois precisei falar com detalhes sobre minha experiência profissional e características pessoas, enquanto as duas tomavam notas sobre o que eu dizia e meu comportamento. A entrevista mais completa que fiz até agora.
Para voltar liguei para o mesmo taxista que me trouxe. Não deu tempo de conhecer a cidade, pois o trem para voltar sairia em poucos minutos.
Embarquei em qualquer vagão, já que não precisaria pegar a poltrona reservada, e nem olhei para os números das poltronas. Enquanto pensava na vida e admirava a paisagem durante a viagem de volta, percebi que algumas poltronas tinham um cartão em cima dos números de identificação. Então olhei para cima e percebi que estava na poltrona de número 60D. Também havia um cartão. Quando peguei o cartão percebi que tratava-se da reserva e tinha inclusive o meu nome. Ou seja, sem querer sentei exatamente na poltrona reservada. Será um sinal?
Cheguei em casa, fiz almoço, comi, dormi uma hora, tomei um banho pra acordar e fui trabalhar...

segunda-feira, outubro 09, 2006

 

Procuração


Quando saí do trabalho hoje, as nove da manhã, não fui pra casa. Fui para a Lan House, pois precisava verificar os detalhes da entrevista de amanhã que a Karolina ficou de passar. Estava tudo lá: mais dados sobre a empresa, sobre a cidade, três opções para eu ir de Dublin até Dundalk (uma de trem e duas de ônibus) e a necessidade de pegar um táxi para ir da estação ferroviária de Dundalk até a empresa.
Optei por ir de trem e comprei a passagem de ida e volta com tarifa para estudante por €14,50. Fiz a compra pela internet com cartão de crédito.
Em seguida fui na Embaixada do Brasil na Irlanda para pegar a procuração que solicitei uns dez dias atrás. Depois de corrigir alguns dados e conversar com os atendentes da embaixada, saí de lá com a procuração na mão em direção a uma agência dos correios. Enviei-a para o Brasil com carta registrada por €5,40.
Por que eu preciso de uma procuração? Não é segredo, mas deixarei para falar mais a respeito em breve...
Dormi umas quatro horas, fiz almoço, comi e foi trabalhar.
Para saber mais sobre viagens de trem pela Irlanda: http://www.irishrail.ie/

domingo, outubro 08, 2006

 

Alimentando as aranhas


Esqueci de contar, mas tem um computador na guarita da segurança onde trabalho – em cima da mesa. O único problema é que não funciona. No primeiro dia perguntei para o Mark porque o computador estava ali. Ele disse que não sabia, mas que não estava funcionando. Hoje tentei ligá-lo, mas ficou travado na tela de logon do Windows. O engraçado é que o Frank usou o monitor para colocar recados, avisos e lembretes – já não dá mais pra ver a tela... Hehe
Procuro usar os intervalos entre as rondas para estudar inglês, ler as intermináveis instruções (o Frank apareceu com outra apostila maior que as duas primeiras juntas) e comer um pedaço da minha marmita (normalmente levo sanduíches). Mas lá pelas quatro da madrugada até comer dá sono. O rádio (típico) fica ligado sempre que estou na guarita, mas ainda assim preciso inventar alguma coisa pra fazer. Hoje achei uma boa distração: alimentar as aranhas. A guarita é muito suja e perto da lâmpada e nos cantos do teto está repleto de aranhas e suas teias. No primeiro dia estava pensando em limpar, mas agora já não sei o que seria de mim sem a companhia das aranhas. Então passei a capturar os insetos que aparecem durante a noite para jogá-los nas teias das aranhas de madrugada. Elas ficam faceiras... Hehe...

sábado, outubro 07, 2006

 

Aniversário da tia Maria


Hoje o Luciano fez um grandecíssimo favor: lavou algumas roupas sujas minhas junto com as dele na lavanderia do condomínio enquanto eu tentava dormir. Na verdade desci com ele uma ou duas vezes para acompanhar o andamento da lavagem e ajudar a estender as roupas no varal nos fundos do prédio. Obrigado Luciano!
Não é fácil ter um sono normal durante o dia. Acordo várias vezes e depois de umas quatro ou cinco horas de sono não consigo mais dormir.
Tentei ligar lá em casa hoje, mas ninguém atendeu o dia inteiro. Mandei uma mensagem pro Pesco perguntando se estava tudo bem e fiquei sabendo que estavam na festa de aniversário de 60 anos da tia Maria, que na verdade foi no dia quatro de outubro.
Parabéns tia Maria! Parabéns pela marca alcançada e pela bela história de vida, construindo uma linda família!

sexta-feira, outubro 06, 2006

 

Primeiro salário


Fiz a entrevista na Manpower. A vaga é de tele vendas atendendo o mercado de Portugal, mas a empresa fica em Dunkalk, cidade de uns quarenta mil habitantes que fica a 85 quilômetros ao norte daqui, na metade do caminho para Belfast, na Irlanda no Norte. A Karolina ficou de dar um retorno assim que falasse com a empresa sobre mim.
Algumas horas depois recebi outra ligação da Karolina, perguntando se eu poderia ir até Dundalk para fazer uma entrevista na empresa. Topei. Ela ficou de passar mais informações por e-mail, mas marcamos a entrevista para a próxima terça-feira, ao meio-dia. Detalhe: aquele currículo em português foi inútil, pois as pessoas envolvidas no processo de seleção só falam inglês – brilhante idéia.
À noite fui para a minha primeira noite de trabalho (sozinho) na maternidade. Chegando lá tive uma surpresa ao encontrar um envelope com meu holerite. Meu primeiro pagamento aqui na Irlanda já estava na minha conta! Recebo semanalmente. Pena que o cartão do banco ainda não chegou...
O trabalho é umas três vezes mais complexo que na Spencer Dock, mas ainda assim é simples se nenhum incidente acontecer. Será um pouco mais complexo se precisar encarar algum paciente ou parente nervoso, algum intruso, bêbado ou ladrão. Ou então vazamento de algum líquido ou fogo. Na verdade a função de segurança, pelo menos na Federal Security, tem muito mais a ver com cuidados com a segurança no trabalho, saúde e bem-estar das pessoas que freqüentam o lugar, do que com pessoas mal intencionadas. De qualquer maneira, todo incidente que porventura acontecer precisa reportado através de um relatório padrão. Dei uma olhada no bloco onde ficam as cópias dos relatórios e vi que nos últimos meses apenas três incidentes foram reportados, todos relativos a roubos de celular de pacientes ou visitantes.
Durante a noite são necessárias apenas quatro ou cinco rondas pela maternidade, mas são longas. Cada uma dura uns cinqüenta minutos andando num passo rápido. No final da noite os pés ficam pedindo água, principalmente porque meu sapato não é dos mais confortáveis. Apesar de não precisar, acho que voltarei a usar as botas, que, apesar de mais pesadas, são mais confortáveis.

quinta-feira, outubro 05, 2006

 

Currículo em português


Hoje achei duas vagas de trabalho para atender o mercado de Portugal. Para tentar fazer diferente, tive a brilhante idéia de mandar as versões em inglês e português do meu currículo para as duas. Então fiz o que jamais imaginei fazer: traduzir meu currículo em inglês para o português.
Para uma das vagas só consegui anexar a versão em inglês, pois a página da internet só aceitava um arquivo. Para a outra mandei as duas versões, pois foi por e-mail.
Vinte minutos depois recebi uma ligação. Era a Karolina, da Manpower, agência de recursos humanos para a qual havia mandado o currículo pouco antes. Marcamos a entrevista para amanhã, as dez da manhã.
Antes de ir embora passei na central do Festival de Teatro para pedir desculpas por não ter comparecido no último sábado e para explicar que com meu emprego atual não poderia mais ajudá-los. A Jessica, coordenadora dos voluntários, agradeceu pela ajuda prestada até agora e pelo aviso.
Para saber mais sobre a Manpower da Irlanda: http://www.manpower.ie/
Para saber mais sobre a Manpower no Brasil: http://www.manpower.com.br/

quarta-feira, outubro 04, 2006

 

Prova


Já há algum tempo vinha pensando que precisava passar por uma situação que exigisse mais de mim. Acho que esse foi um dos motivos que me trouxeram pra cá.
Valorizo muito e sempre serei grato pelo enorme apoio que tive da minha família. Sempre fui amparado, em todos os aspectos, principalmente pelos meus pais, mas também por outros parentes e amigos para quem nunca agradeci como deveria. Já passei por algumas fases difíceis, principalmente financeiras. A pior foi quando fui demitido da Dairitsu e ainda precisava pagar dois anos de faculdade. Entretanto, sempre pude usufruir de um conforto, proporcionado em grande parte por outras pessoas, que não eu.
Aqui é diferente. Passei pela agonia de estar desempregado (sem querer estar) na cidade que tem o terceiro maior custo de vida do mundo. E estava gastando os valiosos euros comprados com a pobre moeda brasileira. Um conflito de sentimentos positivos e negativos ocupa o pensamento durante boa parte do tempo. Sei que tenho potencial para fazer mais do que se faz nos subempregos oferecidos aos estrangeiros. Ao mesmo tempo sinto-me analfabeto ao ver boas oportunidades passarem por mim, simplesmente porque não tenho um bom nível de inglês. Consegui um trabalho razoável (poderia ser pior), mas sinto-me enfraquecido depois de ter encarado três noites seguidas (12 horas cada uma) de trabalho. Estou encarando isso como uma prova, pela qual precisava passar.
Embora um tanto estressado, sinto-me realizado com isso. Pela primeira vez tenho a sensação de ter realmente alcançado minha independência.

terça-feira, outubro 03, 2006

 

Treinamento na maternidade


Saí de casa com duas horas de antecedência para ir até a Land of Leather, onde faria a entrevista de emprego as onze horas da manhã. Fui até o centro com o Luas, onde peguei o ônibus 39. Depois de passear uns quarenta e cinco minutos em direção ao noroeste da cidade, desci onde o motorista falou ser o melhor ponto, de acordo com as informações que passei pra ele. Fui falar com um taxista para tentar pegar mais detalhes sobre como chegar ao meu destino. Entendi parcialmente o que ele falou e, segundo ele, andando eu não chegaria lá a tempo. Além disso já estava fora do meu mapa de Dublin, com o qual conseguiria localizar-me mais facilmente. Paguei o táxi. Realmente não conseguiria chegar lá andando. A empresa está num grande condomínio industrial, em meio a outros parecidos. Até o taxista precisou ligar na empresa para se localizar.
Numa entrevista rápida, na qual mais ouvi do que falei, soube que tratava-se de uma vaga para trabalhar naquele mesmo lugar, onde funciona um dos quatro almoxarifados (na Irlanda) de produtos acabados desta empresa inglesa fabricante de sofás de couro. A função consiste em receber os pedidos das lojas e programar as entregas. Ficou de ligar para dar uma resposta... Senti que o fato de eu não ter um carro, para poder chegar lá mais rapidamente, será um fator negativo.
Na hora de ir embora novamente ninguém sabia direito como, pois todos vão até lá de carro. Consegui pegar informações mais assertivas num café próximo a empresa e com um segurança na porta de outra empresa. No final das contas, peguei um ônibus (40A) na frente do condomínio industrial e fui até o centro – bem mais fácil.
À noite fui até a maternidade e conheci o Frank, que estava saindo, e o Mark, que, assim como eu, estava chegando. O Mark foi quem me deu o treinamento sobre o trabalho. Acompanhei ele a noite inteira, mas senti que ele não estava com boa vontade. O Mark é irlandês e, ao contrário do Vahan, não gosta de conversar.
Quando o Frank voltou, as sete horas da manhã, pergunto se eu tinha lido as instruções. Eu nem sabia que haviam instruções escritas. Imediatamente ele me mostrou dois manuais e pediu que eu ficasse dentro da guarita lendo. Depois de ter ficado a noite inteira sem dormir, definitivamente ler não é uma boa idéia.
Mais um detalhe: aqui na maternidade o turno normal é de 13 horas. Quem trabalha de sábado pra domingo faz 14 horas seguidas. Vou trabalhar no próximo final de semana, sexta, sábado e domingo.
Para saber mais sobre a Land of Leather: http://www.landofleather.com/

segunda-feira, outubro 02, 2006

 

Fui transferido


Na volta do trabalho passei no no Tax Office, onde deixei o documento necessário (Form 12A) para diminuir o imposto de renda descontado na fonte.
Mal comecei meu trabalho e já fui transferido. Recebi uma ligação da Federal Security hoje, informando o meu novo local de trabalho. Amanhã, as oito horas da noite, começarei meu trabalho num hospital. Na verdade trata-se da mais antiga maternidade de Dublin, a National Maternity Hospital. Passaram o endereço e o nome da pessoa que irá dar o treinamento. Quando disse que tinha três turnos programados para o próximo final de semana no meu atual local de trabalho, ouvi apenas:
- Esqueça.
Para saber mais sobre a National Maternity Hospital: http://www.nmh.ie/Internet/
Para saber mais sobre o Form 12A: http://www.revenue.ie/

domingo, outubro 01, 2006

 

O sono passa


Deveria ter ido ajudar no Festival de Teatro as 17:15h (desta vez iria ajudar os espectadores a achar suas cadeiras numeradas), mas não consegui levantar a tempo...
Então fui apenas para o trabalho remunerado. Hoje comecei as 21 horas, já cansado. Lá pelas quatro da madrugada bateu um sono enorme. Só o frio da madrugada do lado de fora do escritório pra me manter acordado...
Todos os dias trabalhei com o Vahan, que é uma boa pessoa e uma boa companhia pra conversar. Culto e multilíngüe (fala tcheco, inglês, espanhol, alemão e russo e entende um pouco de romeno, italiano e português), tem muito interesse pelo Brasil e pelo português. Mesmo assim chega uma hora em que não dá vontade nem de falar. Só da vontade de dormir...
Lá pelas sete ou oito horas da manhã, quando o dia já está claro, o sono passa.

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